ODS 11: Sustentabilidade nas comunidades rurais

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JULIANA ANDRADE

Garantir que as gerações futuras tenham à disposição os recursos naturais que temos hoje é uma das metas que norteiam as ações em prol da sustentabilidade do nosso planeta, seja na zona rural ou nas cidades. A temática está tratada no 11° Objetivo do Desenvolvimento Sustentável: cidades e comunidades sustentáveis, um dos 17 ODS estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agenda 2030. 

Nas comunidades rurais, a sustentabilidade está na forma como os agricultores produzem e consomem. É usar a terra da melhor maneira possível e garantir recurso para um futuro produtivo no campo. A agricultora Solange Peron, da cidade de Espera Feliz (MG),  é uma das produtoras conscientes da riqueza e responsabilidade que ela tem nas mãos. “Se for analisar a diversidade dos nossos quintais, tudo o que a gente planta, colhe e produz, com saúde, é uma riqueza e tanto”, garante. 

Solange viu na terra um meio de garantir a sustentabilidade da propriedade, preservando o meio ambiente e a vida financeira da família. Do campo, ela tira o alimento do dia a dia e renda para pagar as contas. “É muito satisfatório não precisar pegar dinheiro para comprar no mercado, saber que a família está se alimentando da plantação da gente, da semente que é lançada na terra”, afirma a agricultora. E ainda completa: “A gente trabalha em família e faz o planejamento dos gastos, estabelecemos limites e pensamos nos investimentos para a propriedade”. 

A família passou a valorizar tudo o que a terra lhe oferecia e usá-los para um consumo consciente. Da cana de açúcar, ela produz rapadurinhas, que lhe deram autonomia financeira; os grãos de café são vendidos para a Cooperativa da Agricultura Familiar de Espera Feliz; e já pensam em um selo para a propriedade da família o “Sítio Recanto da Serra”. 

Hoje, a menina tímida que tinha medo de falar em público, ciente do seu valor e com a autoestima lá em cima, busca passar para a comunidade o papel dos produtores no desenvolvimento sustentável da região. “Hoje sou coordenadora dos trabalhos com mulheres feito pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar (Sintraf) e busco compartilhar o que aprendo com outros grupos de mulheres que a gente está tentando erguer, com atitudes de valorização da agroecologia e das mulheres do campo, com as trocas de saberes nas propriedades”, ressalta. 

Solange está entre as milhares de mulheres que sabem que a terra não é apenas uma fonte de renda, é fonte de recursos, é fonte de vida. “A mulher concebe a vida e quer produzir vida, tem todo o cuidado e carinho com a terra. É um dom conhecer a terra e saber cultivá-la”, destaca. 

15 dias de ativismo

No marco da campanha internacional #MujeresRurales, mujeres con derechos, o Brasil participa da iniciativa: “15 dias de ativismo pelo empoderamento das mulheres rurais”. A ideia é difundir os principais ODS a forte ligação da atuação da mulher rural para o cumprimento dos temas. 

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